sexta-feira, 29 de junho de 2012

Expedição Atacama - 8° Dia: Deslumbrante Tiucara

                                              Expedição Atacama deixando Tiucara -Ar

Neste dia definitivamente chegaríamos ao Chile, e ao tão sonhado deserto. Acordamos cedo, antes de deixarmos Tiucara, fomos dar  uma volta na praça, onde nativos da região, vendem seus produtos. Compramos casacos para o Tui e para mim, cachecol para minha esposa e algumas lembrancinha para levar para amigos e familiares. O grupo do Cleverson também foi as compras. Já próximo do meio dia, voltamos para a estrada, passaríamos por Purmamarca , e sabíamos que este trecho iria exigir mais do grupo e principalmente dos carros, pois a partir de agora a altitude era cada vez maior.
Na entrada de Purmamarca, encontramos algumas senhoras nativas, e compramos algumas lembrancinhas a preços bem sugestivos. Quanto mais subíamos, mais sentíamos a mudança do relevo e principalmente do clima. Por volta das duas da tarde, levamos um grande susto, o Cléverson me chamou no rádio, pedindo que retornássemos. pois o carro dele havia dado uma pane, e nós estávamos um pouco na frente. Retornei e logo fui avaliar qual era a condição do carro, detectamos que o carro estava aquecendo, e como o Honda tem um dispositivo de proteção para o carro não ferver, esperamos esfriar e continuamos nossa viagem, tendo que vez ou outra parar para esperar resfriar o motor  do Honda. Nosso GPS indicava o Paso Jama, e a cada kilômetro, tínhamos a certeza de que realmente vale a pena aventurar-se por estas bandas...
                     
Familia Avila e "la Bandera de Los hermanos"
                          


                            
El Saladillo


 

Esposa e filho...lindos!!! Amo vocês...

Tal pai tal filho...agora agasalhados...Apreciem a mão de Deus neste lugar...

Tony e mamãe...


O caminho que leva ao Paso de Jama é simplesmente magnífico, e aqui você já se sente como se estivesse no deserto.  Passamos por uma mina de sal e pisamos pela primeira vez em um salar e  avistamos as primeiras llamas e guanacos. Chegamos ao Paso de Jama passava das oito da noite. Embora o sol ainda estivesse alto ventava e fazia muito frio, sabÍamos que tínhamos que passar pela Aduana Argentina, para fazermos a imigração, e tínhamos mais de 120 kilômetros de muita subida até chegarmos a San Pedro de Atacama no Chile. O Paso de Jama se resume em um posto de Gasolina  da "ACA", com boa loja de conveniência, muitos turistas famintos disputando os poucos lanches "salados que tenían" e um pequeno hotel anexo ao posto. Aproveitamos para abastecermos os carros, pois a  gasolina no Chile, acaba sendo quase o mesmo preço da gasolina brasileira, quando estávamos no posto, chegou uma caminhonete participante do Raly Dacar, (mal nós sabíamos, que acabaríamos presenciando a chegada do Dacar bem em meio ao deserto). Deixamos o posto de Paso de jama, passamos na Aduana Argentina e começamos a subir, o Fiesta parecia que se arrastava morro acima, e o Honda, com menos peso e com motor mais potente, também parecia que ia parar em meio a subida. Na altitude, os carros brasileiros sofrem, tudo devido ao sistema de injeção que é adotado em nossos carros. Eita Brasil!
      Parada para comprar lembrancinhas com mulheres da localidade de Purmamarca

                                                            Caminho Paso Jama

                                                    Susto ...pane no Honda do Cleverson
                                     Tui ...correndo em meio aos cactos... quase faltou ar
                                                          Já em clima de deserto
                                                               Filho te amamos
                      Retas são comuns por aqui ...  Titanic do asfalto...paisagens incomuns...

                                                              Salar de Atacama


                                                                  Primeiras llamas

                                        Posto no Paso Jama...hora da abastecida
Laurinha e o amor pelas criações de Deus...

Já estava escuro e vi quando um Fiesta com placa da Argentina, passou por nós a toda velocidade, e juro que me deu uma baita saudade de nosso Vectra 2.2. Mas os carros eram valentes e embora lentamente, conseguimos vencer e chegar na altitude de 4320 metros, com direito a uma "nevasca" em pleno mês de janeiro, todos dormindo dentro do carro, abatidos pelo longo e cansativo, porém realizador dia de aventura, tive de acordá-los para que pudessem contemplar o espetáculo. Chegamos a San Pedro de Atacama por volta das onze horas da noite, e fomos à ADUANA para fazer a imigração, porém nos foi dito que deveríamos aguardar até a manhã  seguinte pois já estava "cerrado" (fechado). Por orientação de um funcionário da imigração, fomos procurar um lugar para ficarmos, e acabamos escolhendo  o "Hostal Tuyasto", um lugar bem agradável onde fomos recebidos por uma boliviana que na primeira impressão pareceu estar  falando em qualquer língua menos em espanhol. Acertamos o preço da hospedagem, e fomos nos recolher para repormos nossas energias... E continua...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Expedição Atacama - 7° Dia: Desbravando Salta/Ar

Dia 1° de janeiro de 2011, estávamos no ano novo, com nossos corações cheiros de expectativas, pois verdadeiramente consolidávamos um de nossos grandes sonhos e a cada kilômetro que rodávamos, mais nossos olhos se enchiam com tamanhas belezas que encontrávamos pelo caminho. Agora mais do que nunca,  muito afoitos, pois cada vez mais nos aproximávamos de nosso destino principal, o  Deserto de Atacama. Logo que acordamos, reunimos o grupo e saímos a explorar um pouco mais da cidade de Salta, suas belas praças parques e ruas floridas. Muitas fotografias e antes de deixarmos a cidade paramos no mirante que permite que se tenha uma vista panorâmica de toda a cidade.(Salta merece que o viajante reserve no minimo três dias para contemplar suas belezas)...


Foto com meu amor no Parque central - Salta -Ar...



Parque central - Salta -Ar...

Salta- Ar  simplesmente...bela...

Família Avila - Salta Ar...

Grupo despedindo-se de Salta Ar...



Cactos ... agora já dá pra sentir o que vamos encontrar por lá...


Nossa meta agora era alcançar a cidade de Tiucara e Maimara, antes passando por San Salvador de Jujuy e Purmamarca (Ar).
Estrada a fora lá fomos nós, curtindo cada kilômetro que desbravávamos. Por volta de cinco da tarde, chegamos a San Salvador de Jujuy, e como todos estávamos famintos, tratamos de buscar um lugar para matar nossa fome, encontramos um único lugar aberto, de nome Delicious Refreshing , que tinha para nos servir algo que creio, era o que não foi vendido na noite da virada e com algumas figuras muito curiosas também lanchando por alí. Mas tudo bem, fizemos aquele rango, quebramos até um copo. Na saída do restaurante conhecemos um casal muito bacana, lhe demos um adesivo de nossa expedição, o qual prontamente foi colado na motoca, aproveitamos para fazer as tradicionais fotos para "recuerdo". Já quando estávamos na saída da cidade, nos deparamos com um motoqueiro levando uma turma toda na motoca, e o que chamou nossa atenção, é que todos estavam sem capacete...imaginem aqui no Brasil o tamanho da multa.
Já passavam das 19 horas, e agora nossa viagem ganhava ares de expedição mesmo, pois começávamos avistar as primeiras placas indicando as distâncias que nos separavam do Atacama...


Praça central em San Salvador de Jujuy...


                                         Este hostal em cima da farmácia muito bonitinho...

Fazendo amizade por "allá"...adesivo na moto...

"Sin casco" isso que é viajar em família


Os kilômetros que nos separavam de San Salvador de Jujuy e Tiucara -  Ar, foram sendo vencidos um a um sem que nos déssemos conta de tamanha beleza desse percurso. O que antes para nós parecia impossível de se realizar, agora ganhava ares de que toda distância pode ser vencida para se contemplar lugares como estes. (lembrei -me de minhas palavras ao Cléverson, antes da viagem, "Após nossa expedição, sempre que te falarem que algum lugar fica à mil kilômetros, você vai dizer: é logo alí". Sentimos uma enorme diferença na temperatura, que a estas alturas  já dava a sensação de clima dos andes, e o vento gelado como só, fazia com que a temperatura parecese ainda mais fria. Paramos no mirador de Leon, foi incrível  de lá dá para ver um enorme rio, que naquela época do ano, é representado apenas por um pequeno filete de água, e apenas as pedras no seu leito dão a dimensão de seu tamanho, mas no período de cheias, torna-se grande com muitas corredeiras. Chegamos a Tiucara já passava das oito da noite, mas como nesta época do ano escurrece mais tarde, deu tempo de procurarmos acomodação, fui pedir informações para um senhor que estava perto da entrada de uma pousada, e de cara já pedi uma folha de coca, já que ele mascava  a tradicional folhinha. Colhidas as informações, família Avila vai para o camping, família Rachadel optou por um hotel. No camping, enquanto armávamos nossas barracas, o Cléverson me passou um rádio oferecendo mais um cobertor, pois fazia muito frio naquela noite e devido ao vento a sensação térmica era de mais frio ainda...



Rio em período de estiagem...

                                                                  Mirador de Leon...
Nosso amado filho "Tui"...verdadeiro patriota...

Viaturas da expedição...seu Luiz dando um confere nas bagagens...

Vista do Sierro das Siete Colores...

Sierro das Sete Colores...

Purmamarca...mais perto do Paso Jama...

Chegando em Tiucara Ar...

 Após as devidas acomodações, fomos conhecer o centrinho da cidade, com seus barzinhos típicos e lojas de artesanatos feitos a partir de cactos secos. O jantar foi a base de comida típica de Tiucara, Wolc de llama, espetinho de carne de llama regado ao bom vinho argentino. Tiucara tem um ar de cidade do velho oeste e recebe   visitantes que vêm dos mais diversos lugares do mundo. Após o jantar demos mais uma volta pela cidade, tiramos mais algumas fotos, visitamos algumas lojinhas de "artesanias" e retornamos para o camping. Fez uma noite fria daquelas, passamos muito frio...


Os cactos estão espalhados por toda Tiucara

                               Foto antes do jantar...Fomos experimentar a carne de llama

Camping em Tiucara...noite gelaaaada!!!


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Expedição Atacama - 6° Dia: Rumando a Salta...

Em nosso 6° dia de viagem, tínhamos como meta chegar à cidade de Salta, pois era dia 31 de dezembro, e queríamos passar a virada do ano acompanhando os festejos da cidade. Com muita paciência na fila e uma boa dose de "portunhol" no ouvido do único frentista do posto, conseguimos encher o tanque, já que ele queria vender apenas 20 litros por carro, porque a gasolina estava controlada. Tanques "llenos" e rumamos com destino a Salta (Ar). Apreciamos todas as paragens pelo caminho, somadas as inúmeras retas que são peculiares nesta região da Argentina, e já passado das duas da tarde, chegamos à cidade de J.V. Gonzales (tivemos de pesquisar para descobrirmos que o nome da cidade é na verdade Joaquin Victor Gonzales, nome dado para homenagear um importante político, jurista e escritor argentino), pausa para o almoço e lá vamos nós para o cardápio que se tornaria comum em nossa viagem, papas fritas, pollo y ensalada. Enquanto sentávamos à mesa para almoçar, o Cléverson foi estacionar o Honda, e acidentalmente derrubou uma moto que estava estacionada; ainda bem que o dono nem deu bola, ufa!
Almoçamos, aproveitei (Ricardo) para baixar umas fotos, e voltamos para a estrada... Diminuindo a cada dia a quilometragem...

     















Chegamos a Salta já no final da tarde, felizes e radiantes com tamanhas belezas que encontrávamos pelos caminhos, e sabíamos que muito ainda estava por vir, considerando nosso objetivo maior o Deserto do Atacama. Demos uma rápida volta para fazer o reconhecimento da cidade, havia muito movimento; nas ruas muitas pessoas dando pinta que retornavam para suas casas para curtir a virada do ano, o comércio fechando suas portas, e nós tínhamos que encontrar um bom hotel, afinal virada de ano pede um pouco mais de conforto. Deixamos os carros no posto, enquanto nosso pessoal aguardava, Cléverson foi para um lado e eu para outro, e rapidamente tínhamos encontrado nosso hotel, ficamos no hotel Premier, na esquina da rua Jujuy bem no centro da cidade. Silvia e eu, optamos por uma suite dupla, bem confortável e com um preço bem convidativo, a julgar pelos que são praticados aqui no Brasil.
Após as devidas acomodações, conversamos com a recepcionista do hotel, para que nos indicase um bom lugar para jantarmos, ela nos recomendou um restaurante bem tradicional da cidade e um dos poucos que estariam atendendo na noite da virada, deixamos os carros no hotel e solicitamos um serviço que por aqui é chamado de remissi (Um tipo de táxi no Brasil),  bem na hora de irmos para o restaurante começou cair uma chuva torrencial sobre a cidade, o que fez com  que tudo ficasse complicado, e mau sabíamos que complicaria ainda mais, pois quando chegamos ao restaurante, descobrimos que deveríamos ter feito a reserva, pois o restaurante estava lotado, parecia que todos da cidade haviam resolvido vir jantar ali. Sem saber o que fazer um argentino q percebeu q estávamos bem perdidos nos falou qus podíamos para fazer uma macarronada, para viagem, foi o q fizemos e levamos para comer no hotel. Ainda bem que aproveitamos o mesmo remisse para levar mulheres e crianças de volta ao hotel, porque nós homens que ficamos aguardando a macarronada ficar pronta, retornamos ao hotel caminhando abaixo de chuva, porque remisse quase na hora da virada, já não havia mais.
No entanto quando chegamos ao hotel, grande foi nossa surpresa em saber que nossa família já nos esperava devidamente acomodada em uma bela mesa do restaurante do hotel, pois a familia dona do hotel estava com sua festa particular toda pronta, e quando ficaram sabendo da nossa situação, gentilmente nos acolheram e nos serviram, no mais belo gesto de solidariedade. Carlos e sua família acabaram fazendo com que nossa virada de ano fosse salva. Curtimos nosso jantar, confraternizamos com nossos novos amigos, comemoramos a chegada de 2011 vendo os fogos da cobertura do hotel. A chuva continuou forte noite a dentro, e nós na hora de deixarmos a cobertura, acabamos presos no elevador (quem mandou não respeitar o limite máximo, a trupe quis entrar toda de uma só vez...deu no que deu...hehehe), um senhor muito bacana que cuidava da recepção, fez o favor de nos libertar, com olhares de quem não sabia o que estava acontecendo, fomos todos dormir, gratos por uma noite que tinha tudo para dar errado e acabou sendo inesquecível...




Carlos Nosso 'Anfitrião' salvador da noite 
                                                                      Família que partilhou sua festa conosco